terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Breve... Instante... Instante... Breve...

É quando olho pela janela que tenho a impressão que o vento que bate em meu rosto, que balança meus cabelos vem daí...
E eu, fecho meus olhos como se essa fosse a única forma de sentir o seu carinho, sinto como se esse instante breve e só meu me deixasse tocar você, te deixasse tocar em mim... E respiro fundo tentando desesperadamente sentir o teu calor... Instante breve... Breve instante em que ainda me permito sair da realidade, breve instante que meu corpo sacode nessa sede de você, nessa loucura de te querer.
Abro meus olhos e volto, volto a mim e só o que tenho é esse gosto amargo que você deixou no momento em que não confiou em mim, em que me escondeu a sua verdade e a sua vontade.
E eu, ainda em um gesto teimoso estendo a mão na direção do vento, talvez na esperança de segurar esse instante que você mais uma vez sai de mim, em que mais uma vez me escapa nesse instante breve em que pude tê-lo em meu pensamento...
Breve... Instante... Instante... Breve...

domingo, 22 de janeiro de 2012

Vem menino lindo...


Vem menino lindo
Extasia meus olhos
Acelera meu coração
Atiça meus sentidos

Envolva-me em você
Mostre-se pra mim
Rasgue-se em mim
Penetre-me a alma

Esfregue-se no meu querer
Entorpeça meu corpo
Roça em mim... Me leva...

Faz-me perder o juízo
Leva-me ao teu paraíso
Menino que delícia é você
Que loucura esse prazer
Que sensação gostosa você me dá

Vem menino lindo
Vem me levar com você
Me tira os pés do chão
Voa comigo nesse prazer...
***

-quero te beijar
-Voa comigo? Agora...
-quero estar junto com você no seu mundo
-Vou te levar comigo porque
eu também quero muito que venha.
-sim amor, leve-me para onde vc quer, onde você iria comigo?
- Com você vou a loucura...

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Essa Busca Constante...


Um dia o sentimento deixa de ser raso
Deixa de ser “meio”, metade-partida-vazia
Um dia deixa de ser “casca”,
pequeno nas sobras e escasso na entrega...
Deixa de ser vento-desatento-sem jeito-momento vago sem tempo.
Um dia deixa de ser gesto gasto e volta a ser afago- afeto-olhar...

Insinuação da pele, canção de (a)mar
Um dia volta a ser madrugadas de estrelas,
encontro de corpos, bocas, almas e sonhos...

Manhãs de olhares-promessas-intenções
conversa sem pressa, riso fácil, momento-colo-refúgio
toque-poro-pele-febre-arrepio,
olhar doce, sorriso de sol, gosto de céu...

Um dia deixa de ser verbo pra voltar a ser
beijo-desejo-malícia-carícia-delícia-sussurro-magia
pra voltar a ser TUDO, pra voltar a ser AMOR.
Dia em que o AMOR volta a ser de AMAR.
Um dia...
Por agora a vida segue nos “enquantos”
Segue seu rumo e todo momento fica meio bobo,
e o mundo gira sem “quandos”
Roda gigante de sentimentos distantes,
saudades se movendo em círculos, vontade esquisita,
e o tempo passa sem “instantes”
e a vida inteira ali, na palma das mãos
Frágil como flor, novamente espera, sua cor...

Pois, tudo que tenho é isso: essa busca constante,
e como um dia escreveu Clarice:
“(...)Eu não digo que eu tenha muito, mas tenho ainda a procura intensa e
uma esperança violenta. Não esta sua voz baixa e doce.
E eu não choro, se for preciso um dia eu grito (...)”

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Nós Sabemos...


Ser você mesmo sempre implicará consequências
Infernos, por vezes, virão,
mas será por acreditar na tua verdade
Não ser, é nunca alcançar o céu...
Pros meus abismos nunca hão de faltar asas
Pros teus, só impossibilidades...

Nenhum céu que te traga de volta pra você...

Uma mentira acomodada, nenhuma verdade no que vive
E quando você acordar já se perdeu...

Conformar-se com aquilo que você, e só você pode mudar,
é como matar todo dia um pouquinho de si mesmo,
perder sua essência, e depois de tudo,
depois de muito tempo passado é que você
se dará conta do nada que sobrou de você...

No espelho já não se reconhecerá
e distante de tudo o que já foi um dia
e de tudo que tanto desejou
sentirá tanta falta daquilo que você poderia ter vivido...

E, mesmo assim se calará
e continuará no teu abismo silencioso,
nessa vida que não é tua,
vivenciando sonhos que não são teus...

"Nós Sabemos que o tempo não vai curar todas as feridas..."

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Que Saudade Meu Amor..


Saudade da tua voz sussurrando no meu ouvido
Saudade das tuas palavras invadindo meus poros
me pedindo pra dizer que eu quero ser tua
me arrepiando inteira quando me puxa para a tua fome
e sussurro que sou tua...

Saudade de acordar no teu toque,
na música que me desperta
Saudade da canção que brota gostosa da tua boca
do timbre da tua voz me arrepiando
do teu coração no ritmo do meu corpo quando
te enxergo por dentro e me canta o amor...

Saudade de tudo que me faz lembrar você,
até do sertanejo que nem curto muito,
mas que agora escuto só porque de um certo modo
te traz pra mais perto de mim...

Saudade do mundo inteiro cabendo aqui no meu peito
quando você me amansa na tua loucura,
me enlouquece no teu tom, na hora exata em que te caço
Saudade do teu sorriso, aquele que torna tudo mais fácil,
num instante de ternura única, que não sei bem o porque
você parece querer esconder...

Saudade até do teu mau-humor
quando quero conversar e não deixa
Saudade até mesmo de você me dizendo
que faço tudo errado,
e eu retruco, só para não ficar por baixo...

Saudade de cada detalhe da nossa história,
do que fomos e de tudo que ainda podemos ser.
Memória do que está por vir.
Saudade do que não aconteceu...

De sonhar com uma casinha na montanha, no mato,
na cidade ou no campo (com você em qualquer lugar).
Um jardim, cheiro de mato e lavanda,
e o melhor cheiro: o teu!
Desejar um beija-flor todas as manhãs na nossa janela.
De ter você comigo,
ouvir e te contar histórias, chorar de tanto rir...
Deitar na grama e contar estrelas,
soltar pipa, jogar bola,
ralar o joelho, rolar no chão.
De ser cúmplice dos teus atos
descobrir o mundo na ternura do teu abraço...

Ser o motivo do teu riso, a rotina da tua pele,
a promessa dos teus olhos,
a proposta da tua boca, a resposta do beijo...

Pulsar no teu íntimo... Fazer do teu lugar o meu...
Por tudo isso, pelo que eu sinto e
que sei você sente também.
Por você, por mim é que te ensaio um poema,
arrisco na rima, me perco no verso
Só para te dizer dessa saudade...

Pra te falar o quanto você me faz falta,
do quanto te quero,
pra te mostrar que não é a ausência de afeto o que há,
talvez o que sobra dentro de nós
morra um pouco no gesto falho,
na entrega pela metade, nas palavras repetidas,
no silêncio egoísta, do medo de ser nós mesmos,
de expor nossos defeitos,
e de repente descobrir que em meio
a tantas diferenças somos tão iguais...

Sinceramente não sei.
Só sei que não quero desistir, quero continuar tentando,
descobrir o jeito certo do teu jeito se encaixar no meu
Porque estamos apenas começando
Porque não quero deixar que se perca em mim
o desejo de permanecer em nós dois...
Que saudade meu amor...

segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Continuo Sem Saber Dizer...


E de repente vem essa coisa esquisita
Nostalgia, saudade, vontade de voltar no tempo
Tempestade muda no peito
Um silêncio que já não entendo
Uma desculpa que já não encontro
Movimento distraído do vento...

E os dias passam...
E tudo parece estranho
Como uma história que se perde sem que termine
Como um sonho que não chega ao fim
Como se verdades partissem
E eu, desavisada, ficasse...

Como se o sol, subitamente, chorasse
E eu, distraída, esperasse flores
Como se a chuva, insistente, inundasse
E eu, sonhadora,
Colhesse estrelas...

"Eu sempre me perco nas palavras quando tento
te falar dessas sensações todas
que me despertas cada vez que com um simples gesto
você me arrepia inteira e me tens toda antes mesmo que me toques.
E quando, finalmente, me puxas para tua saudade,
já sou completa e irremediavelmente tua..."

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Estou Indo Para o Inferno...

Eu preciso de um tempo disso tudo,
mas tenha certeza vou me livrar de você!
Vou te arrancar de mim
Posso ir para o inferno, mas vou no salto!!

Para não sofrer ainda mais é preferível silenciar
deixar as palavras morrerem dentro de mim,
resolver por não mais esperar por algo
que sei que não tem por que ser...

Decidi por não falar mais nisso, como se não falando eu
possa não mais pensar... não possa mais sentir...
Mas vou lutar para isso!!
Não quero mais sentir!
Não quero mais pensar!

SILÊNCIO...
Serei eu agora quem vai optar por ele
Eu que já quis tanto as palavras,
Eu que amo tanto as palavras
agora já acho melhor não querer mais nada,
não querer falar,
não querer demonstrar
já não querer nem mesmo ouvir

E pensar que tudo que eu queria era
apenas um MOMENTO, um único que fosse
Um único momento em que o olhar
serenasse as mágoas e apenas as almas falassem
Você não me merece, não mesmo!

Mas, agora...
Agora é só SILÊNCIO!
É só meu MOMENTO!
Momento preso no peito,
momento desfeito no jeito torto de demonstrar amor,
momento em que a garganta tola
ainda arranha um soluço mais tolo ainda,
momento de um sussurro morto
em que o coração se arrebenta,
mas não deixa sair!
Momento em que me sinto idiota por ter acreditado
mais uma vez em você!
Tolice minha foi querer que o impossível acontecesse...

Só não esqueça de lembrar, foi você quem me levou a ter
as atitudes que terei...







Amor Secreto...


Toda vez que eu te (...)escuto
coração aquece, corpo incendeia
a droga do desejo vem
arrepiando a pele, dilatando as veias
o nosso amor é armadilha
coisa perigosa,
mas todo amor quando é secreto
guarda sentimentos
que se escreveu na areia

O som da sua voz me excita
fale mais um pouco,
não desligue agora
eu sei que nosso amor é vício
desejo que enlouquece,
loucura que devora
e sei que se eu provar
o gosto desse beijo,
não vou mais embora
já conheço bem o filme
vai acabar em cama
no final da história

Hoje eu vou ficar em casa
vou tirar a roupa
vou te amar em pensamento
vou ter febre louca
mesmo te querendo muito
não vou te encontrar
vou te amar em fantasia
pra não machucar...
***
"Sentimento abafado, sufocado, calado, tornando-se angústia,
tornando-se dor, sentimento não expresso, mal explicado, não declarado,
torna-se obsessão, torna-se opressão..."

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Há Momentos...


Há momentos que nada sei
Que nada sou, que nada quero nem espero
Parece que tudo se perde dentro de mim
Não me encontro, me olho no espelho, não me vejo...
Imagem inversa do meu eu, não me sinto...
Não queria que fosse assim, mas é...
O pior que nem sei se é tristeza, é estranho
Fica tudo quieto, calado aqui dentro...
Somem-me certezas, desaparecem-me vontades...
Não há fome, não há sede, não há você!
Nada existe, nem saudade há
Momento em que não existo
Não sinto, não sofro...
Momento em que tento o engano
Quase consigo! Quase não dói!
Quase...

Tento...!


Há palavras que nada dizem, não pesam...
E silêncios que revelam...
Mas, em dado momento são as palavras que esperamos
Mais que isso: precisamos delas!
E elas não me chegam...
Nas palavras que espero, apenas o silêncio que não quero!
Tantas vezes aprendi a te ouvir no silêncio,
a te encontrar mesmo nas mais longas das esperas
Mas agora...
Agora o silêncio não me traz paz, ao contrário,
desassossega a alma, aperta o coração...
É difícil não saber o que acontece,
tentar entender, procurar ouvir... em vão!
E
Nas palavras mudas que machucam
No silêncio inquieto que hoje fere
Vou escrevendo palavras
Para quem sabe assim conseguir ler teu silêncio...!
Tento...!

Há Dias...


Há dias em que nada me basta
Dias em que tento me encontrar,
Busco-me, sondo-me, eu tento, juro que tento,
mas quanto mais me procuro,
mais me sinto perdida
Parece que saio de dentro de mim
Não me sinto
Parece que nada faz sentido
A vida fica suspensa
Um corpo imóvel
Esperando sua alma voltar...

Já não sei mais o que faço,
na verdade, nunca soube...
Foram tantas coisas,
são tantas coisas sempre...

A razão me diz pra esquecer,
e, neste momento,
digo que nunca mais vou me repetir,
Repetir o desejo,
o amor,
a paixão,
a vontade do corpo,
da pele,
do cheiro,
do beijo...

Prometo a mim mesma que
nunca mais vou
me repetir em você...

Por quanto tempo?
Não sei... não sei mesmo...
O coração fala mais alto sempre,
e a gente acaba mesmo fazendo tudo de novo...

Corpo inerte, parado... espera
Coração apertado, encolhido... aguarda
Mente em profusão...
Pensamento em turbilhão
tenta encontrar um motivo um único que seja,
que faça sentido pra essa dor que invade,
que deixa sem rumo, perdida, sem saber...

Dor que desmente os sentidos do corpo,
que aparentemente anda, fala,
trabalha, continua enfim...
mas, nada sente...
olha, mas nada vê,
fala, mas nada ouve
Vive sem viver...

Ah, essa saudade apertada, essa dor de não saber...
Nem como, nem quando, nem onde, nem por que...


"Quero-te, sinto tua presença invisível,
Teu cheiro que exala no ar,
Procuro-te, mas tu não estás,
Aguardo o momento,
Teu corpo está ausente,
Mas, minha mente está em ti, sempre presente,
Buscando-te, necessitando-te,
Desejando-te...”
... a cada segundo...

E, nesse instante, em que aqui não estás, te sinto...
Sinto teu calor, mesmo sem teu toque,
Sinto teu abraço, mesmo sem tua presença
E, ainda que estejas aí, sei que me sabes aqui,
nada mais importa...
TE BEIJO!!!!!

domingo, 8 de janeiro de 2012

Eu Te Desejo...


Resisto a deixar de acreditar
nas flores que chegam perdidas em ventos,
de um cinza que se nega a partir.
Oscilo entre o que queria esquecer
e a verdade me faz sempre querer lembrar.
Luto para não descrer de tudo,
para não duvidar do que
me foi autêntico desde o primeiro momento.
Hoje, todas essas coisas já não me são tão claras,
são mais como aquelas que nunca foram,
como tantas outras que nunca serão.
Tolice tentar entender a fraqueza humana.
Explicar o que não tem justificativa.
Se é verdade que
“decepção não mata, ensina a viver”
sigo tentando aprender,
embora a lição me pareça, agora, incompreensível...
Mas eu...
Eu te desejo todo o calor humano que possa existir
Desejo sorrisos sinceros,
goiabada com queijo, alegria de viver...

Felicidade brota do chão é só cultivar
e sabemos que a hora da partida sempre dói e deixa marcas,
mas é preciso, é renovação, é a sua paz...

Que toda essa sua espera esteja sendo recompensada
e que caia no esquecimento
todos os que estiveram um dia em sua vida,
é preciso, é renovação, é a sua paz...

Eu te desejo forças suficientes
para não voltar atrás,
para seguir sempre em frente
sem lembrar dos que ficaram
talvez a espera de um único aceno de adeus
É preciso buscar asas onde, de repente,
só vemos abismos.

***
Mesmo que a gente tenha se perdido, não importa.
Que tenha se transformado em passado
antes de virar futuro.
Mas que seja bom o que vier,
para você e para mim.

P.S.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora,
porque nem você nem eu somos descartáveis.
... Quero só que se encontre
e que seja forte para não voltar...

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

O Deserto da Espera Já Cortou os Fios.


Havia a levíssima embriaguez de andarem juntos,
a alegria como quando se sente a garganta um pouco
seca e se vê que, por admiração,
se estava de boca entreaberta:
eles respiravam de antemão o ar que estava à frente,
e ter esta sede era a própria água deles.
Andavam por ruas e ruas falando e rindo,
falavam e riam para dar matéria peso
à levíssima embriaguez que era a alegria da sede deles
-a sede é a graça, mas as águas são uma beleza de escuras -
a boca ficando um pouco mais seca de admiração.
Como eles admiravam estar juntos!
Até que tudo se transformou em Não.
Tudo se transformou em não quando eles quiseram essa mesma alegria deles.
Então a grande dança dos erros.
O cerimonial das palavras desacertadas.
Tudo errou, e havia a grande poeira das ruas,
e quanto mais erravam,
mais com aspereza queriam, sem um sorriso.
Tudo só porque tinham prestado atenção,
só porque não estavam bastante distraídos.
Só porque, de súbito exigentes e duros,
quiseram ter o que já tinham.
Tudo porque quiseram dar um nome;
porque quiseram ser, eles que eram.
Foram então aprender que,
não se estando distraído, o telefone não toca,
e é preciso sair de casa para que a carta chegue,
e quando o telefone finalmente tocar,
o deserto da espera já cortou os fios.
Tudo, tudo por não estarem mais distraídos...

(Clarice Lispector)
***

"Alguém me disse: quando somos sinceros demais
com os nossos sentimentos,
ficamos tão transparentes, que o outro não nos enxerga."