domingo, 16 de março de 2014

Tão Doce Pecar...!


- Falei sem pensar, mas não posso dizer que confio em você cegamente...!
- Tudo bem. 
Ele fala com um sorriso que parece uma mão estendida para ela.
- Então está combinado, não brigaremos mais.
Ela gostaria de acreditar nele, mas não podia. 
Como deixar tudo para trás, assim, tão simplesmente?
- Se assim o desejar...!
O silêncio caiu entre os dois, pesado e imóvel.
O sorriso dele evaporou quando ela o olhou intensamente, 
mas seu coração disparou ao ouví-lo dizer:
- Desejo mesmo!
Foi como se aquele jardim lindo perdesse a cor, 
mas somente por alguns instantes, 
ele já sorria outra vez, já não parecia magoado pelas palavras rudes dela.
Ele a olhava como se nunca a tivesse visto antes.
- Como você é bonita! 
Estendeu a mão e deslizou o dedo pela curva do rosto dela.
A ponta do dedo era quente. 
Ela se arrepiou e ficou com a boca seca.
Ele estava tão perto que ela sentia o calor do seu corpo, 
era como raio de Sol.
Esperou que ele recuasse um pouco 
para que não sentisse as batidas do seu coração 
que repercutia em cada centímetro de seu corpo.
Aqueles olhos brilhantes pareciam estrelas, 
mas ela percebia que os músculos de sua face estavam tensos.
Ele a desejava, reconheceu isso em seus olhos.
- Deixa eu te beijar? 
Aquela voz rouca e sussurrada ressoou penetrando na pele dela 
e ela concordou, incapaz de falar.
Ele a beijou, apenas a boca roçando a dela, 
seu hálito doce, quente contra seu rosto.
Ela não se afastou, ele só encostou a sua boca sobre a dela, 
sem tocar em qualquer outra parte de seu corpo, 
como se fizesse um lacre das promessas feitas sobre confiar.
Mas a carícia daqueles lábios suaves era tudo o que a prendia.
Ela não quis romper o contato, suspirou, 
abriu os lábios o convidando a beijá-la.
Ele conteve o folego e traçou seus lábios com a ponta da língua
 antes de deslizar mais fundo.
Uma onda de choque a percorreu, 
até a ponta dos dedos e fez o mundo rodopiar, 
atordoada agarrou-se aos ombros dele.
- Valha-me, meus doces santos, eu o desejo...!
Ele a puxou com força  e intensamente contra seu corpo, 
sua boca movendo-se mais ávida, sua língua acariciando a dela.
Era isso que ela queria, o toque intenso dele exigindo mais, 
as mãos em seu corpo puxando-a para dentro dele.
-Doce mulher!
 Toda sua carne estremecia em ondas de prazer, se ele a soltasse ela cairia.
Ela queria mais, sua ânsia crescente a sufocava, 
seus pensamentos ainda enlouquecidos, 
mas ela queria mais, era só o que sabia, 
não conseguia imaginar algo melhor que estar nos braços dele.
- Doçura, sim mulher, você é tão doce!
Ele a apertou mais e mais em seus braços 
-Você é mais doce que o mel.
Beijou-a nos olhos, no nariz e então a possuiu com sua boca, 
com a avidez dos seus beijos.
O prazer que ela encontrava naqueles braços 
era maior do que qualquer coisa que já conhecera, 
era verdade o que ele dissera, a sensação era mais doce que o mel...!
Que doçura... Doçura estranha ela disse em lágrimas e se afastou
- Por que o pecado é tão doce...? É tamanha a tentação...! 
Eu nunca soube. Nunca soube como era doce pecar...!

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