segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Eu não sabia...

Eu não sabia que você passava por aqui.
Que passava nesse meu canto onde o que sinto fala por mim,
Onde me exponho, me desvendo, me solto e me assumo como uma luz negra,
que por vezes vegeta, que se torna um ser desprezível,
sem vida,
que mesmo cheio de vontades e desejos, nunca serão saciados.

Eu não sabia...
Já deixei tanto de mim aqui, tanto dessa minha incapacidade,
dessa minha força inútil de fugir do que não consigo.
Dessa minha forma contraditória,
Do meu ser doído, pobre, sem formas, sem vontades, sem mais querer...

Eu não sabia...
Já deixei tanto de você aqui, tanto do quanto é especial,
do teu brilho, da tua alegria, da importância que exerce sobre a minha vida...

Eu não sabia...
Não sabia...
Já deixei tanto de nós aqui, tanto do que em desabafo
transformei em poesia,
do quanto me fez sorrir, do quanto me fez triste,
do quanto não quero esquecer, do quanto quero esquecer.
Não quero ser na tua vida essa tristeza que trago em mim,
que transforma tudo em pesadelos, que não tem nada para oferecer.

Eu não sabia...
Se soubesse... ainda que me doesse eu esconderia.


A Tua Voz em Mim...


Eu deixarei que morra em mim o desejo
de amar teus olhos que são tão doces,
Porque nada poderei te dar senão a mágoa
de me veres completamente exausta,
No entanto a tua presença é qualquer coisa
como a luz e a vida,
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto
e em minha voz, a tua voz.
Não te quero ter porque
em meu ser tudo estaria terminado,
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho
nesta terra de amaldiçoados,
que ficou sobre minha carne como nódoas do passado.
Eu deixarei...
Tu irás e encontrará tua face em outra face
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu
Porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei a minha face na face da noite
e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram
os dedos da névoa suspensos no espaço,
E eu trouxe até mim a misteriosa essência
do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos portos silenciosos
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir,
E todas as lamentações do mar, do vento,
do céu, das aves, das estrelas,
Serão a tua voz presente,
a tua voz ausente,
a tua voz em mim,
em mim...









Deus costuma usar a solidão
para nos ensinar sobre a convivência
Às vezes usa a raiva para que possamos
compreender o infinito valor da paz
Outras vezes usa o tédio, quando quer nos mostrar
a importância da aventura e do abandono.
Deus costuma usar o silêncio para nos ensinar
sobre a responsabilidade do que dizemos,
Às vezes usa o cansaço para que possamos
compreender o valor do despertar,
Outras vezes usa a doença quando quer
nos mostrar a importância da saúde
Deus costuma usar o fogo
para nos ensinar a andar sobre a água.
Às vezes usa a terra para nos ensinar o valor do ar.
Outras vezes usa a morte para que possamos
entender a importância da vida...


Mas chegou o tempo que já não adianta mais morrer
e
já não importa...


sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Desencanto...


Eu faço versos como quem chora
De desalento... De desencanto...

Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.



Meu verso é sangue. Volúpia ardente...

Tristeza esparsa... Remorso vão...

Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

A vida me ensinou...


A vida me ensinou...
A dizer adeus às pessoas que amo,
Sem tirá-las do meu coração;

Sorrir às pessoas que não gostam de mim,
Para mostrá-las que sou diferente do que elas pensam;

Fazer de conta que tudo está bem quando isso não é verdade,
Para que eu possa acreditar que tudo vai mudar;

Calar-me para ouvir;
Aprender com meus erros .
Afinal eu posso ser sempre melhor.

A lutar contra as injustiças;
Sorrir quando o que mais desejo é gritar todas as minhas dores para o mundo,

A ser forte quando os que amo estão com problemas;
Ser carinhosa com todos que precisam do meu carinho;
Ouvir a todos que só precisam desabafar;

Amar aos que me machucam
Perdoar incondicionalmente,
Pois já precisei desse perdão;
Amar incondicionalmente,
Pois também preciso desse amor;

A alegrar a quem precisa;
A pedir perdão;
A sonhar acordada;
A acordar para a realidade (sempre que for necessário);
A aproveitar cada instante de felicidade;

A chorar de saudade sem vergonha de demonstrar;
Me ensinou a ter olhos para "ver e ouvir estrelas", embora nem sempre consiga entendê-las;
A ver o encanto do pôr-do-sol;

A sentir a dor do adeus e do que se acaba,
sempre lutando para preservar tudo o que é importante para a felicidade do meu ser;

A abrir minhas janelas para o amor;
A não temer o futuro;

Me ensinou e está me ensinando a aproveitar o presente,
como um presente que da vida recebi,
e usá-lo como um diamante que eu mesma tenha que lapidar,
lhe dando forma da maneira que eu escolher.

Devolve...



Devolve toda a tranquilidade
Toda a felicidade
Que eu te dei e que perdi.

Devolve todos os sonhos loucos
Que eu construí aos poucos
E te ofereci.

Devolve, eu peço, por favor
Aquele imenso amor
Que com você esqueci.

Devolve, que eu te devolvo ainda
Esta saudade infinda
Que eu tenho de ti.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Eu sempre vou lembrar de você...


Sempre soube que após todos estes anos
Haveria riso haveria lágrimas
Mas nunca pensei que eu poderia ir pra longe
com tanta decisão, mas tanta dor
E é tão difícil dizer adeus...

Mas o ontem se foi nós temos que continuar
Estou agradecida pelos momentos bons que tive por conhecer você
Os tempos que tivemos vou guardar como uma fotografia
E prendê-la em meu coração para sempre
Eu sempre vou lembrar de você...

Outro capítulo do livro que não pode voltar atrás,
mas você pode olhar
E lá estamos nós em cada página
Memórias que eu vou sempre guardar
em frente de portas abertas
Quem sabe para onde estávamos indo?
Desejo-lhe amor, eu desejo-lhe sorte
Para você o mundo apenas abre-se
Mas é tão difícil dizer adeus...

Sim, um dia vamos olhar para trás, vamos sorrir
Mas o ontem se foi, nós temos que continuar

Estou agradecida pelos momentos bons que tive por
conhecer você...

domingo, 7 de novembro de 2010


Esta é a madrugada que eu esperava...

O dia inicial inteiro e limpo onde emergi da noite e do silêncio

e livre habitei a substância do tempo.

A vida é mágica só preciso estar atenta aos momentos,

descobrir que o que me fazia falta é suprido pelo simples fato de entender que não existe.

Porque quem planta flores, planta beleza e perfume por alguns dias,

quem planta árvores, planta sombra e frutos por anos, talvez séculos.

Mas quem planta ideias verdadeiras planta para a eternidade.

Plantei apenas flores e percebi que não só o perfume e a beleza se foram,

os espinhos também se perderam no tempo.

Sei que esse meu lado "infantil", esse que ainda sonha com castelos encantados,

não morrerá nunca, posso perder a ingenuidade,

trancá-la, dar-lhe um ar de seriedade e respeito,

mas ela continuará existindo,

só não quero mais brincar,

o sapo não virou príncipe e se tornou escorregadio,

voltou para o lago,

mostrou que as adversidades são como as facas tanto podem ser úteis como podem nos ferir,

depende do lado em que as seguramos, pelo cabo ou pela lâmina...

Joguei minhas expectativas nesse sapo e esperei demais,

confesso ter errado,

mas coloquei as reticências

e sei que serão os três primeiros passos do que continuará por conta própria o seu caminho...

Há triunfos que só se obtém pelo preço da alma,

mas a alma é mais preciosa do que qualquer triunfo, quero a paz da minha...

Sei que estou longe de ser uma mulher perfeita,

mas as minhas imperfeições com certeza me fazem única...

Não tenho a pretensão de agradar a todos e muito menos sempre,

só quis ser mais do que eu poderia ser,

mas descobri acima de tudo que pensamentos são apenas sonhos,

se não se realizam

o melhor é parar de pensar,

afinal todos os dias são páginas em branco,

fazemos escolhas,

que eu tenha a sensibilidade de escolher o melhor...


quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Chega de saudade...


Volta??
Mas volta logo, porque sem ti os dias são tão sem graça.
Volta, mas volta agora!
Porque sei que assim que voltar vai embora de novo.
Volta, vem, canta comigo! Dança comigo!
Ri comigo! Me escuta, me abraça, me fala!
Vem, me diz, me conta sobre tudo, me pergunta, me ajuda!
Vamos, vem comigo,
eu te ensino a dançar e você me ensina a ser mais racional!
Vem, eu te falo de coisas novas e
você me conta do que faz tempo queria me contar.
Promete, promete que vem!
Eu prometo, prometo que não serei tão briguenta,
...só às vezes, só quando me machucar!

Vamos ao cinema, vamos falar sobre tudo, sobre todos!
Me empresta aquele livro, me conta aquela história?
Vem, eu quero conversar, eu quero falar.
Eu preciso, preciso de você aqui!
Volta logo, quero te ouvir!
Vai, vem logo, arruma logo as malas, vem me ver!
Sai comigo, fica comigo e até brigue comigo!
Fica aqui, vem logo!
Depois de chegar não volta não!
Promete que fica? Tem lugar, tem lugar!
Tem meu coração.
Promete que vem?
Promete que fica?
Mas promete, promete que não me esquece nunca,
que não me esquecerá nunca!
Vai, promete!
Promete que tudo foi sempre, sempre real!
Não minta, não prominta, prometa!
Promete?!




Deixa que eu me engane achando que vai ler
pra eu te dizer que,
esse silêncio faz barulho demais...
Que eu precisava ouvir que você ainda me ama
porque você sabe que eu te amo, sempre te amei
e sinto tua falta.
Sei que não vai mais voltar,
Tanto tempo, já é tão tarde...




terça-feira, 2 de novembro de 2010

Novembro...

Estou sozinha... Mas não me sinto sozinha,

A paz me envolve, acalma, embala. A música gostosa... Está gostoso aqui...

No refugio do meu quarto, em minha cama penso em tudo ao mesmo tempo.

Olho ao redor e me pergunto o que seria feito do que é meu se eu não voltasse, cada canto fui eu que planejei, escolhi a cor das paredes, as cortinas, meus bichinhos de pelúcia presentes que guardo durante anos, a prateleira onde espalho meus livros que tanto amo e que eu fiz, serrei, martelei, montei e fiz a patina em um verão quente que já vai bem longe, distraindo e pegando um bronze após sair do hospital...

Novembro... Faria um ano em manutenção se não houvesse a recaída...

E agora estou aqui... Deixando tudo lá fora mais uma vez, minha realização, meu trabalho, meus alunos, os amigos... O amigo lindo que me presenteou com a oportunidade de me sentir viva novamente, me sentir capaz, que confiou em mim sem piscar...

Fechei com chave de ouro, meu projeto no dia do meu aniversário foi um presente que eu devia a mim mesma, me dediquei tanto, não medi esforços, planejei, esquematizei, demonstrei, briguei, pedi e concretizei...

Amei o dia com meus netos e toda uma turminha de baixinhos que não sabiam o quanto eu agradecia por cada sorriso. O carinho da turma dos grandinhos que fizeram de tudo para ajudar... Realizei... Realizei-me...

E puff!!...

Faltou o chão mais uma vez, o bicho papão pesadelo voltou. Dessa vez ele não veio de mansinho, chegou chegando, carregando tudo, revirando minha vida de tal forma que confesso quase desisti, parecia impossível juntar meus cacos... Mas estou aqui, no meu quarto, em minha cama, olhando a minha volta, tentando me reerguer e com certeza “EU VOU”, mais uma vez... Mais uma centena de vezes se necessário...

Estou sozinha aqui... Mas não sou sozinha, ainda tenho quem goste de mim, quem ainda queira minha presença, quem suporte meus pitis, quem queira conviver com uma louca rsrs... Já perdi tanto... Cabelo, unha, vergonha, sanidade...

E falando em perdas, vou fechar aqui com o que encontrei hoje no Orkut e sem querer voltar ao assunto, acredito que essa seja a perda mais dolorosa...

“A maior dor na vida não é morrer, mas ser ignorado. É perder alguém que dizia nos amar e que depois deixou de se importar. É sermos deixados de lado por quem tanto nos apoiava. É constatar que esses são os resultados das nossas negligências. A maior dor na vida não é morrer, mas ser esquecido. É ficar sem um cumprimento após uma grande conquista. É não ter um doce amigo telefonando só pra dizer "olá". É ver a indiferença num rosto quando abrimos nosso coração.”

Monte beijos!!

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Só Um Desabafo...

Estou de volta!! Grande maravilha!! Nossa quanta felicidade!! Será?? Não!!

Uma semana de quimioterapia! Uma semana com febre! Três dias em coma!!

E lá se vão quase 15 dias? Que MA-RA-VI-LHA não?!?! ...

E simplesmente estou de volta. Pra quê?

Acho que essa é minha última encarnação, nunca vi uma pessoa ter tantos pecados, deve ser realmente isso, daí como não tem volta, vou virar Anja... Daquelas bem encapetadas, vou atormentar mais do que já faço, vou me enrolar toda como de costume, vou torrar a paciência de todo mundo até me jogarem pra escanteio, vou maltratar quem amo, isso eu faço que é uma beleza, sou catedrática em meter os pés pelas mãos, falar o que quero e o que penso e depois ficar remoendo, mas olha tem horas que não dá...

Caramba, você querer se sentir um pouquinho importante é pedir demais?

A gente espera um ano pelo único dia da nossa vida em que o telefone não para, várias mensagens de carinho, pessoas que estão longe, recebi um torpedo que dizia:

“My tô no vaso foi o único momento q parei, te amo FN.” ...Legal não?

Mas você descobre que a única pessoa que você queria que ligasse

simplesmente é a única que não liga.

Isso não dói? Caramba isso dói e dói demais.

Aí aquela pergunta martela na cabeça o tempo todo:

-E você imaginou que por uma fração de segundo fosse importante de verdade?

Que burra!

Você percebe que não se enxerga e que o zero a esquerda

tem mais valor do que você.

Percebe que o tempo que passa esperando, pensando, querendo,

foi todo em vão.

Se sente uma idiota e imagina o quanto essa pessoa deve rir da sua cara, o quanto deve se sentir bem em saber que uma tonta do outro lado do mapa o acha importante e especial... Idiota, tonta e burra!

Esperando, pensando, querendo... O quê?

Estou triste, por mais que não queira, por mais que me proíba, não consigo...

Nem esquecer nem tirar do coração...

Não tem um dia que eu não pense que eu não sinta que eu não espere...

Não sei o que ainda espero... O que poderia ter?

E a cada dia que passa me convenço mais de ser o que realmente sempre fui...

Só e unicamente... Nada!!

Idiota, tonta, burra e nada!!

Meninas... Estou de volta!

Monte beijos!!