Somente se dá aquilo que se possui.
Como exigir amor de alguém que ainda não sabe amar?
Como requisitar respeito e consideração de pessoas
que não atingiram o ponto delicado do sentimento que é o amor?
Quem dá afeto recolhe a felicidade de ver multiplicado aquilo que deu,
mas somente damos em conformidade com aquilo
de que podemos dispor no ato da doação.
Uma breve relação de sintomas comportamentais que aparecem,
confundindo o amor que liberta e deseja o bem da outra pessoa
com a atração egoísta que toma posse e simplesmente deseja
Há pessoas que para conquistar os outros
e convencê-los de suas habilidades e valores, contam vantagens,
persuadindo também a si mesmo, pois acreditam
que para amar é preciso apresentar credenciais e louros,
satisfazendo assim as expectativas daqueles
que podem aceitá-lo ou recusá-lo.
Há pessoas que tentam amar comprando pessoas,
omitindo e negando suas necessidades e metas existenciais,
abandonando tudo que lhes é mais caro e íntimo
e depois, por terem aberto mão de todos os seus gostos e desejos,
perdem o sentido de suas próprias vidas,
terminando desastrosamente seus relacionamentos.
Alguns delegam o controle de si mesmos aos outros,
cometendo assim, em "nome do amor",
o desatino de renunciar ao próprio senso de dignidade,
componente vital a felicidade.
Não é de surpreender que vivam vazios e torturados,
pois tornaram-se "um nada" ao permitirem que isso aconteça.
Outros tantos usam da mentira,
encobrindo realidades e escondendo conflitos.
Convictos de que têm de ser perfeitos para ser amados,
temem a verdade pelas supostas fraquezas
que possam lhes expor diante dos outros.
Acabam fracassados afetivamente
por falta de honestidade e sinceridade.
Há pessoas que afirmam categoricamente que amam,
mas tratam o ser amado como propriedade particular.
Por não confiarem em si mesmas,
geram crenças cegas de que precisam cuidar e proteger,
quando na realidade sufocam e manipulam
criando um convívio insuportável e desgastante.
Esperar dos outros o que eles ainda não podem dar
é desrespeitar suas limitações emocionais, mentais e espirituais,
ou seja, sua idade evolutiva.
Forçar alguém a preencher o seu vazio interior
com amor que não dás a si próprio,
por esqueceres seus recursos e possibilidades, é insensato.
É dando que se recebe, então,
cabe a você mesmo administrar suas carências afetivas
e fazer por você o que gostaria que os outros te fizessem.
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