Julgava que minha vida havia começado cedo demais
Que havia amado e sido mãe cedo demais
Que havia conhecido os desafios dos convívios
e me deixado iludir pelas minhas expectativas,
cedo demais.
Assim, pensava que tarde demais havia compreendido
que aos relacionamentos eu precisaria ter dedicado
o que de melhor eu pudesse ser.
Imaginava que tarde demais havia percebido
o quanto minhas alegrias tinham sido frustradas
e subjugadas pelas minhas equivocadas expectativas,
porque estas, muitas vezes, significavam eu me enxergar
em alguém e não descobrir em alguém uma oportunidade
para eu me expandir.
Em minha vida, entretanto,
aprendi que cedo demais ou tarde demais nada significam
porque quanto mais tarde se faz o dia,
mais cedo está o novo amanhecer.
Assim, hoje, posso dizer que não há tempo para eu amar,
ser mãe, conviver, aprender a viver e à vida me entregar.
Nada é cedo ou tarde demais
A vida para mim se revela quando ela deseja se revelar
Nem cedo demais, nem tarde demais,
mas no preciso e precioso tempo
em que o universo desejar me acariciar.
***
“Eu me pergunto por que insisto
em buscar uma visão intelectualmente
compreensível para a liberdade...
Não me bastaria exercê-la...?”
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