Tenho vivido dias em que um “não”,
esse advérbio que de tão pequeno
poderia muito bem passar despercebido,
e que no entanto, grandiosamente presente,
não fala, grita!
Tem estado, constante e insistente,
antecedendo meus verbos,
pontuando meus dias.
O estranho é que o que seria para “negar”,
determina meus desejos ou a falta deles,
já nem sei mais...
questiona o que penso e a todo momento me interroga...
NÃO quero?
NÃO espero? NÃO sou?
NÃO estou? NÃO sei?
NÃO tenho ou NÃO entendo?
Certezas? Verdades?
Tristezas? Dúvidas?
Mentiras? Ilusões?
Certezas me escapam a toda hora...
Será por que, em realidade, são meras ilusões,
nítidas fantasias do que se espera que se diga?
Verdades que se atropelam,
mentiras que se transformam para mascarar a dúvida,
enganar a dor,
emprestar amor onde o carinho não chega
e o gesto se perde?
NÃO, NÃO, NÃO... Definitivamente NÃO!
***
"Eu não digo que eu tenha muito,
mas tenho ainda a procura intensa e uma esperança violenta.
Não nesta sua voz muda.
Mas se for preciso um dia eu grito...!”
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