Vem às mãos a irresistível ânsia de buscar o calor da tua pele,
a textura dos teus relevos, a virilidade do teu desejo flagrante
e então já não basta saber de provocações e vontades,
da saliva do teu beijo, do cheiro do teu pescoço,
preciso em urgência e desespero das tuas pulsações e desejos,
do que rebenta e arrebata.
Sugo teu gosto ácido, afago lascivo da língua,
gota rútila de sal e afundo a adaga que separa as pernas,
que procura as frestas, que embrenha em pelos,
que lambuza os dedos e aflora a fome de mais de ti em minha boca,
mais do teu cheiro doce em minhas narinas,
mais da tua ardência latejante em meus lábios,
mais do teu suco em minha garganta.
Devoro louca teus líquidos, gemidos, suspiros
e procuro o encontro mais fundo, a posse extremada,
minha umidade na intumescência das tuas formas,
a força tesa do teu sexo no liso do meu ventre.
Preencho a tua boca com a minha respiração aflita
e ondulante no debater dos nossos corpos,
ordeno em grito abafado sob o teu peso que me faça tua,
que me invadas, na dor suplicante das fendas,
na marca funda das unhas,
nos mamilos rijos entre teus dentes,
na carne febril de fêmea que recebe aberta teu gozo quente.
***
"Minha inspiração não demore muito..."
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