Ser sensível nesse mundo
requer muita coragem.
Muita. Todo dia.
Esse jeito de ouvir além dos olhos,
de ver além dos ouvidos,
de sentir a textura do
sentimento alheio
tão claro no próprio coração
e tantas vezes até doer
ou sorrir junto com toda sinceridade.
Essa intensidade toda
em tempo de ternura minguada.
Esse amor tão vívido
em terra em que a maioria parece
se assustar mais com o afeto
do que com a indelicadeza.
Esse cuidado espontâneo com os outros.
Essa vontade tão pura
de que ninguém sofra por nada.
Ser sensível nesse mundo
requer muita coragem.
Muita. Todo dia.
Essa saudade que faz a alma marejar,
de um lugar que não se sabe onde é,
mas que existe, claro que existe.
Essa possibilidade
de se experimentar a dor
quando a dor chega,
com a mesma verdade
que se experimenta a alegria.
Essa incapacidade
de não se admirar
com o grandioso que também mora na sutileza.
Essa vontade de espalhar
sorrisos por aí,
porque os sensíveis,
por mais que chorem de vez em quando
não deixam adormecer a ideia
de um mundo
que possa acordar sorrindo para toda gente.
Para todo ser. Para toda vida...
***
“Eu até já tentei ser diferente,
“Eu até já tentei ser diferente,
por medo de doer, mas não tem jeito:
só consigo ser igual a mim.”
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