quinta-feira, 14 de junho de 2012

O Que Cresce em Mim...



Hoje é dia
Dia em que estou
Na verdade, nem sei se “estou”
Se estou aqui ou aí
Por que será que há dias que nada parece existir, 
e tudo parece se perder?
Nem eu, nem você
Nem “sou” ou “estou”
Hoje é dia que leio e releio... a mim, a você
E não encontro nenhum de nós dois...
Dia em que me afogo em versos perdidos 
em rimas sem sentido
Sonhos desconexos, sentimentos incontidos...
Dia em que me ensaio, 
dia em que palavras se tornam prece silenciosa, 
algo que você sente, e nem ao menos entende
não consegue escrever
Mas, eu precisava tanto... 
Precisava tanto reter o encanto... 
e te dizer..., mas estranho, as palavras 
já não me são tão fáceis nesse momento. 
Estranho nada! 
Há muito que já não sei o que te dizer, 
o que poderia te dizer que já não tenha dito?
Mas sei lá... ainda assim queria... quero, preciso
Hoje eu queria, precisava te falar... tentar ao menos...
e te escrever... para quem sabe te fazer entender, 
mas entender o que? Escrever o que? Já nem sei mais...
Na verdade, as únicas palavras que me ocorrem agora 
não são minhas, são dele, sempre dele 
(Caio Fernando de Abreu). 
É, as palavras não são minhas, mas com certeza, 
se eu fosse te escrever, te diria:

“(...)Mesmo que a gente se perca, não importa. 
Que tenha se transformado em passado antes de virar futuro. 
Mas que seja bom o que vier, para você, para mim.
P.S.: Te escrevo, enfim, me ocorre agora, 
porque nem você nem eu somos descartáveis.
E amanhã tem Sol!"
SOL!
É, amanhã tem Sol
Apesar de todas as ventanias desses nossos dias...

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