quarta-feira, 21 de março de 2012

Talvez Pudesse...


Talvez pudesse ser possível se não doesse,
se não faltasse tanta verdade.
Se não sobrasse tanta falta de atitude.
Algo de mentira nunca vai admitir história...
E onde está a verdade daquilo que se viveu?
Nunca houve...
E o que era insuportável, estranhamente se mantém...
Até quando se pode aguentar o que já não se suporta?
Até quando obrigações podem ser maiores que sentimentos?
Até quando se resiste ao que te arrebenta por dentro?
Até quando o limite do insuportável se sustenta?
Quanto tempo mais para que de fato se ouça?
Quanto tempo ainda pra que realmente se escute
o que grita no silêncio e o que as palavras agora calam?
A frustração terá que se arrastar feito um furacão
até que não sobre mais nada...
A cumplicidade imediata de uma intimidade
que só um amigo de verdade que
sente o outro por inteiro consegue entender.
Algo que transcende distâncias,
motivos e mágoas.
Algo como prece de anjo,
como sopro de um sonho bom,
como tua verdade mais inteira.
Coisas do fundo mais fundo da alma,
e que nada de fora pode mudar.
Instante que permanece...
e grita dentro da gente,
mesmo com todo silêncio!
***

"Queria qualquer coisa agora,
qualquer coisa que nem precisava ser boa,
nada daquela coisa bonita,
podia ser qualquer coisa sem jeito,
sem tempo ou razão, uma coisa estranha,
uma coisa esquisita.
Qualquer coisa mesmo!
Desde que não me fizesse sentir assim,
garganta travada, no peito um buraco."
***

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