sábado, 25 de fevereiro de 2012

Aprender Com Você...


Difícil não é saber o que sinto, acho que sempre soube,
desde o primeiro momento, um único instante e
aquele “sentir” tomou conta de mim,
foi completo e inteiro desde a primeira vez

Mas, de início não era tão forte, tão intenso,
fiquei até mesmo com raiva de mim,
com o passar do tempo foi se tornando gigantesco,
e hoje, me vejo assim completamente entregue a
esse sentimento, e isso me assusta, confesso
Hoje, sou alma despida, peito aberto,
corpo exposto, coração tá querendo gritar
Mas, ainda falta tanta coisa, talvez ainda não seja a hora,
talvez esse sentimento possa, mesmo sem querer, sufocar
Ainda preciso aprender a lidar com isso
Absorver, viver os sentidos, e quem sabe te amar

Sei bem o que quero, e, hoje, tenho a certeza,
que esse “querer” me conduz, invariavelmente, até você
Porque hoje sei (sempre soube) que você sente o mesmo
por isso não quero frear, não quero dar um breque nesse sentimento
não queira também, não tenha dúvidas da intensidade do que sinto
apenas preciso aprender, entender e descobrir
Ainda me falta aprender a lidar com certas coisas
Ainda falta descobrir a serenidade, dominar a ansiedade.
E, aprender a me encontrar, ainda falta me pacificar,
deixar o coração ficar mudo, ainda falta aprender quase tudo,
Mas, esse “tudo” quero aprender com você...

"Preciso Tanto Aproveitar Você..."

Agarre a Esperança e Entenda...


Abraça-me por trás,
Beija meu pescoço,
Brinca comigo, me faz festa!
No meu ouvido, sussurros de amor
No meu corpo: o calor...

Tuas mãos deslizam,
Tua boca escorrega,
Teus gemidos,
Perco os sentidos...

Não vejo mais nada,
Apenas sinto
Mãos que não param, língua veloz
Não ouço mais nada, só tua voz!

Meu corpo todo pulsa:
No teu toque, toque que me aquece,
Na tua língua, língua que abusa,
No teu beijo, beijo que me enlouquece,
No teu desejo, desejo que me lambuza...

Não tem jeito, me entrego
Nos teus braços me rendo
No teu corpo me prendo
No teu desejo me transformo...

Viro-me, te olho...
Sinto-te, sou toda instinto
Te quero, não espero
Teus poros na minha pele
No meu corpo o teu cheiro
Te exploro todo
Devoro-te inteiro!

”Para agarrar a esperança e entender..."

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

"Preciso Tanto Aproveitar Você..."


E então? Por que essa cara de quem nada entende,
esse jeito de menino indefeso,
esse olhar de quem nada quer enquanto vai
me desnudando com os olhos e me devorando por dentro?

E esse sorriso safado me deixando sem fôlego?
E essa barba por fazer procurando meu rosto,
buscando meu gosto, me querendo em você?!

Arrepio que desce tecendo-roçando-gostoso-pescoço-
fome-febre-pele-pêlo-poro-adoro... esse teu cheiro macio...

Então pensa, então vem! Deixa de espera!
Então vem! Que te espero também!
Então vem! Que te quero mais!
Vem e me faz teu des(a)tino!
Vem que eu imagino...

Tuas mãos comendo da minha fome,
(re)inventando meu gosto, explorando meu corpo,
(pres)sentindo meu gozo, querendo que eu peça...

Sei que tem pressa, também tenho
Sei que já não se aguenta, também já não aguento...

Sei que a saudade arrebenta o peito,
e o coração pulsa inteiro na boca,
e o corpo todo fica pronto pro beijo...

Sei que tua vontade cresce inteira na minha sede
e nossos corpos ardem em urgências
Eu sei, você sabe, sabemos
mas mesmo assim a demora...
Nossa história suspensa,
a tua hora se perde na minha
Você me aguarda e espera meu passo
E eu te querendo agora, espero teus braços,
te (a)guardo em mim...

"Que seja leve, que seja paz, que seja ardor, mas que seja..."
"Preciso Tanto Aproveitar Você..."

Minha Paz...


Em noites de tempestades
momentos de sentimentos-metades
(de amor partido ao meio)
Alimento-me do vento
Pensamento solto
Vejo teu rosto

Teus lábios pousam de novo
nos meus sonhos
Sinto teu gosto
E, tudo então se transforma
A tormenta se desmancha
Sou chuva mansa

Roubo... flores do teu cheiro
Me derramo... em pétalas sobre teu corpo
Te amo... em nuvens
Te sopro estrelas...
Me sopras vida...
És minha paz!

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012


Talvez a dimensão do espaço que ocupo agora
seja opressor demais
e por mais que aperte o peito,
por mais que o nó na garganta continue
liberado nesse soluço teimoso,
não consigo parar de pensar.
Ainda tento entender, me questiono, procuro por que,
encaixo dúvidas, crio desculpas
e só o que sobra é o que em mim machuca...
"sempre, o sempre, o para sempre e o de sempre".

Não entender não me faz mais burra
e sim só torna maior o buraco que se instala
por saber que realmente em matéria de importância
"sou a sobra, sou o resto, sou o nada."

O tempo agora é meu aliado,
vamos dar as mãos e caminhar juntos
e nesse caminho do daqui para frente espero me reconstruir,
vou catar meus pedaços que foram deixados por anos
na espera de você, nessa esperança de "um dia".

Vou ficar bem e espero que você também fique,
apesar de saber que já está,
mas te desejo mais, muito mais.

Não vou pedir para me esquecer porque você já fez isso,
também não vou dizer que vou te esquecer
porque não adianta que não consigo,
espero só que não reste nada de mim em você,
nem mesmo um instante de algum sorriso meu
que você tenha notado
e que por um breve instante menor ainda
tenha invadido teu pensamento...

E também, porque um dia eu disse que não te pediria nada,
mesmo que tenha me contradito quando pedi
e nesse momento entendi porque eu nunca o fiz..
Já tinha a certeza que não aconteceria...

(27/01)

...sentou-se para descansar e em breve fazia de conta que ela era uma mulher azul porque o crepúsculo mais tarde talvez fosse azul, faz de conta que fiava com fios de ouro as sensações, faz de conta que a infância era hoje e prateada de brinquedos, faz de conta que uma veia não se abrira e faz de conta que dela não estava em silêncio alvíssimo escorrendo sangue escarlate, e que ela não estivesse pálida de morte, mas isso fazia de conta que estava mesmo de verdade, precisava no meio do faz de conta falar a verdade de pedra opaca para que contrastasse com o faz de conta verde-cintilante, faz de conta que amava e era amada, faz de conta que não precisava de morrer de saudade, faz de conta que estava deitada na palma transparente da mão de Deus, faz de conta que vivia e que não estivesse morrendo, pois viver afinal não passava de se aproximar cada vez mais da morte, faz de conta que ela não ficava de braços caídos de perplexidade quando os fios de ouro que fiava se embaraçavam e ela não sabia desfazer o fino fio frio, faz de conta que era sábia bastante para desfazer os nós de corda de marinheiro que lhe atavam os pulsos, faz de conta que tinha um cesto de pérolas só para olhar a cor da lua pois ela era lunar, faz de conta que ela fechasse os olhos e os seres amados surgissem quando abrisse os olhos úmidos de gratidão, faz de conta que tudo o que tinha não era faz de conta, faz de conta que se descontraía o peito e a luz douradíssima e leve a guiava por uma floresta de açudes mudos e de tranquilas mortalidades, faz de conta que ela não era lunar, faz de conta que ela não estava chorando por dentro...
(Clarice Lispector)