quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Se Quiser Me Deixe Ir...


Procuro mais de mim mesma
para não me perder do pouco que restou.
Para não endurecer.
Para não admitir que tudo foi engano.
Para não desacreditar.
Para não deixar morrer dentro de mim
o que sempre me foi verdadeiro.
Para aceitar minhas limitações.
Para reconhecer que não sou tão nobre assim,
que, por vezes,
abandonei minhas flores e tudo é só tempestade
(procuro meu sol, e só encontro trovões...)
Para parar de querer ser senhora da situação.
Para entender que o coração erra também
e que os sentimentos traem
(certezas se dissolvem na covardia daqueles
que não sabem olhar mais fundo).
Para não insistir em perguntas.
Para não buscar desculpas.
Para encarar as respostas não dadas (suadas-não ditas-sentidas).
Sangrar constatações, isso dói.
Abandonar minhas crenças, dói ainda mais...
Não há como se encontrar quando se perdem convicções.
As horas andam e as fendas são tantas...
Atenções desperdiçadas, história interrompida,
já não há mais como voltar
Frestas apenas, nenhuma porta aberta,
segredo algum para guardar...
Sobram falhas, restam medos,
e o tempo vai tecendo vazios, e só...
***
"Se quiser me deixe ir... Mas posso nunca mais voltar..."

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