terça-feira, 8 de novembro de 2011

E Depois de Tanto Tempo...


E depois de tanto tempo, você me vem, me chega e me fala, me conta de você.
Me conta das tuas dores, que já nem sei bem ao certo se são essas mesmas ou tantas outras,
mas que por certo te doem tanto quanto. Fico muda, te ouço sem saber o que dizer. Mas, ainda que eu soubesse, naquela hora, você não iria me ouvir. Você falava, jorrava palavras de uma vez , como se nelas conseguisse se expulsar, expelir toda dor. E, depois de dias, aqui estou! Tentando te falar o que na hora não soube dizer, não que eu saiba agora, ainda não sei! Mas, te escrevo, sem saber ao certo se as palavras são para você ou para mim... Sabe, você me vem à mente, e a todo instante te ouço de novo. Te vejo me dizendo novamente que já não conseguiria ter a mim. Você se diz perdido e eu não me acho. Porque quando você some de si mesmo, eu me ausento de nós dois. Porque quanto mais tento te reter mais me escapo. Porque quanto menos as lágrimas são possíveis mais te sinto doer irreversível dentro de mim. Porque te sinto num labirinto e o início já não é fácil, como naquela carta de Caio em que ele diz: “Procuro o fio, há só a meada” e se pergunta onde será que tudo começa. E, me pergunto, e te pergunto: onde será que tudo se perdeu? Mais uma vez o fio nos escapa, e tudo que há é esse pulsar das coisas, da vida que não pára, e algo vai se desprendendo da gente, como se deixássemos de existir. Como se a parte mais bonita tivesse toda ficado para trás. E, eu fico aqui tentando encontrar as palavras certas, maneiras possíveis de te falar e de te mostrar que o caminho continua lá.
Procuro o jeito não encontro a forma. Queria agora te falar de paz, força e fé. Te entregar sonhos, milagres e flores. Te (re)compor em versos, poesias e rimas. Mas, se tudo posso porque acredito, nada seria suficiente porque você agora não mais me vê.
***
"Eu “estive o tempo todo aqui”, e não vou dizer que “só você não viu”, porque sei que viu, notou e quis, maaaaas... É... Tem sempre um mas. Estou farta de mas! Não quero mas. É o mais que quero! Não menos, não mas, MAIS!"

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