terça-feira, 10 de maio de 2011

Não há palavras...



Tenho a boca afiada de punhais
não choro
olho os faróis com duros olhos
ardidos de quem tem febres
mas não sangro
as mãos vazias deixam passar o vento
lavando os dedos que não se crispam
não há palavras, nem mesmo estas

O único sentido de estar aqui
é apenas estar secamente aqui
cravada como um prego
em plena carne viva da tarde.

***

"Estou me transformando aos poucos num ser humano meio viciado em solidão.
E que só sabe escrever."

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