terça-feira, 12 de abril de 2011

Se...

Se, ao final desta existência,
Alguma ansiedade me restar
E conseguir me perturbar;
Se eu me debater aflito
No conflito, na discórdia...

Se ainda ocultar verdades
Para ocultar-me,
Para ofuscar-me com fantasias por mim criadas...

Se restar abatimento e revolta
Pelo que não consegui
Possuir, fazer, dizer e mesmo ser...

Algum ferimento
Impedir-me do imenso alívio
Que é o irrestritamente perdoar,

Se, imprudente e cegamente,
Continuar desejando
Adquirir,
Multiplicar,
E reter
Valores, coisas, pessoas, posições, ideologias,
Na ânsia de ser feliz...

Se, ainda presa do grande embuste,
Insistir e persistir iludido
Com a importância que me dou...

Se, ao fim de meus dias,
Continuar
Sem escutar, sem entender, sem atender,
Terei me perdido na multidão abortada

Se tudo isto acontecer
Terei parasitado a Vida
E inutilmente ocupado
O tempo
E o espaço
De Deus.
Terei meramente sido vencido
Pelo fim,
Sem ter atingido a Meta.
...
"Os fatos são sonoros... Mas o que me importa são os silêncios por trás deles...
E se o que busquei só existiu em minha límpida loucura não vou perguntar o que importa...
Porque me importa... e só o que aprendo é que dessa vez
o que resta da minha sanidade
vai ter que
falar mais alto..."
...


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