Dia desses em um dos meus não tão raros momentos de reflexão, me fiz a pergunta:
“Você já aprendeu a perder?”
Acredito que nunca aprenderemos essa parte tão ruim e difícil de nossas vidas.
Falo de tudo aquilo que tem ou teve algo a ver com a gente, do que já vivemos ou estamos vivendo.
Se analisarmos, tudo o que chegamos à conclusão que “perdemos” teve um significado.
De alguma forma fez diferença, mesmo que nem tenhamos sentido tanto, mesmo que nem chegue a doer.
Em minha concepção, doer está associado à perda, então: Perda = Dor.
De onde também, vem o sentido aprender.
Não nos damos conta que todo dia perdemos algo, seja pequenino ou imenso, reparável ou irreparável, necessário ou desnecessário, com valor ou não, mas perdemos.
Perdemos entre tantas coisas, a hora, o ônibus, documentos, tarraxa, caneta, óculos, chave, oportunidades, vontade, sede, fome, sono, calma, lucidez , AMIGOS...
Perdemos tanta coisa sem nem notarmos, pois essas não nos afetam, mas a perda de algo que faz a diferença sempre dói e quando sabemos que jamais recuperaremos então...
Nossa! Dói demais. Aí associo: Perda = Dor.
Perder um filho... Eu nunca senti dor que se comparasse com essa de tão forte e constante, e o pior é que ela não vem só, você perde o chão, o raciocínio e até a crença.
Essa é uma perda que não se aprende e sim se conforma ou é obrigado a tal..
Existem perdas e recuperações, aquilo que se encontra achando-se perdido.
É verdade, encontramos tantas coisas que nem demos conta de tê-las perdido.
A calma, você só se dá conta que encontrou quando perdeu a paciência, a razão só se encontra quando se perdeu a lucidez, a fome quando come, a sede quando bebe, é até engraçado perceber assim essas perdas. Nem nos damos conta.
Mas e aquelas que doem devagar?
Não menos importantes, não menos marcantes e que ainda trazem o sabor da derrota íntima?
Você descobre que se mostrou o que nunca foi, decepcionou e foi decepcionado, percebe que perdeu tempo tentando encontrar, mas nem define bem o que.
Um carinho? Uma atenção? Talvez o que te faltasse no momento?
E a gente perde porque não consegue enxergar que nem todos estão prontos a te dar aquilo que te falta, nem todos se mostram transparentes como você, nem todos são da forma que queremos que sejam e muito menos a disposição de nossas necessidades.
Essa perda deixa uma espécie de vazio, uma frustração de não ter tido como explicar.
A gente sente uma saudade estranha, mas nem sabe direito do que.
Você acaba se perguntando o que perdeu e descobre o pior, não se perde o que não se teve, descobre que a vida não parou e não para só porque você sente saudade.
E essa perda vai se solidificando no peito, vai acalmando, vai passando bem devagarzinho.
Ela se torna um pensar com carinho é mais uma perda no meio de tantas perdas.
Já não faz mais parte de uma vida louca e desmedida.
E você aprende a perder...
“Deixei a dúvida se era paixão ou poesia?”
Era paixão sim... Pela vida.
Eram poesias sim... Dedicadas...
Pena não entender... “Pena ser necessário perder”...
Amiga, teu blog está sensacional. Espero vir sempre aqui e encontrar coisas tão lindas como as q já estão aqui.Beijos. Te adoro.
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